sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Araioses – Desafio é fazer um lugar bem melhor



Professores cantam o Hino Nacional
Professores cantam o Hino Nacional.

 
 
“Se a educação sozinha não pode transformar a sociedade, tampouco sem ela a sociedade muda”.
Ontem (06) a Secretária de Educação do Município de Araioses, professora Jaqueline Pimentel fez a abertura da I Jornada Pedagógica, desta vez no Centro Educacional Raimundo Nonato Silva Cardoso em Placa de Araioses. Foram três dias de palestras, pela manhã e tarde exigindo da secretária a aplicação de muita energia e muita paciência, que nela parecem serem de fontes inesgotáveis.
 
 
Jaqueline Pimentel quer ajudar a fazer de Araioses um lugar melhor.Ela está diante de um gigantesco desafio que é tirar a educação araiosense de uma situação extremamente humilhante. Araioses é o segundo pior município maranhense em indicativos sociais, tendo situação pior do que a dele apenas Centro do Guilherme, município novo, emancipado em 1996, que segundo a descrição da professora, parece uma daquelas cidadezinhas dos filmes de faroeste americano com apenas uma rua central de barro vermelho, em total contraste com nossa cidade, que tem uma formação urbana muito mais rica e mais bonita e que já não está tão longe de um século de existência, como unidade municipal emancipada.
 
Jaqueline pousa ao lado de uma admiradora.
Araioses tem como média do IDEB – Índice de Desenvolvimento da Educação Básica a nota de 3.6, mas tem escola no município com 1.2 de pontuação – o mínimo admitido pelo Governo Federal. Abaixo dessa nota a escola perde todas as condições de receber recursos federais. Por outro lado (ainda bem) a Escola Chandelles Pereira, do povoado Cana Brava, tem IDEB 3.9, próximo do 4.2, que é a meta pretendida por Jaqueline para o ano que vem.
 
Como a querer sugerir uma competições entre as escolas que queiram melhorar sua qualidade de ensino, ela disse que vai ser colocada em todas elas a nota de seu IDEB como uma meta a ser superada a cada avaliação.
 
Como tem dito em todas as palestras de forma muito clara, Jaqueline Pimentel coloca o professor como a mais importante ferramenta a ser usada no processo de evolução da vida do araiosense. Como a não acreditar nos índices oficiais que colocam Araioses numa situação rasteira ela aguarda, com muita ansiedade, os novos números do IBGE, que por ser mais atualizados podem servir de melhor referência para um planejamento mais objetivo e real e com isso lutar para fazer de Araioses um lugar bem melhor.
 
Professora atenta a palestra da secretária enquanto filho dorme sobre seu colo.
 
Sensibilidade
 
 
Como fez na palestra do Tudes Cardoso, em Araioses e na Escola Tia Lili em João Peres, em Placa Jaqueline Pimentel mostrou dois pequenos filmes onde num deles um ato de um professor causou grandes transformações, o da Fita Azul – com o dizer: Quem sou deixa a marca – onde um pai evita que seu filho cometa o suicídio.
 
E no outro mostra o ato de um professor que usou parte de seu dinheiro para comprar um vestido para uma aluna que frequentava a aula toda suja e maltrapilha. No final da história o administrador daquela comuna ao saber das transformações que ocorreram na casa da menina, acaba colocando asfalto nas ruas do bairro dela que antes eram só muita lama e buracos.
 
A secretária da educação araiosense quis com isso despertar a sensibilidade que todo professor deve ter com o que está em volta de si. Ele não deve se comportar como o médico insensível. O ato desse pode resultar em um corpo dentro de um caixão, mas se assim proceder o professor os corpos serão muitos.
 
O professor não pode também saber que um aluno usa droga e dizer que não tem nada com isso. Seu papel vai além, pois ele não pode ficar insensível a um problema que é social ou até policial, mas que também não foge de sua responsabilidade.
Síndrome de Gabriela
Em determinado ponto da palestra como a querer mostrar que o professor não deve ser conformado e acomodado, nada fazendo para evoluir, ela falou da Síndrome de Gabriela, personagem de novela da Globo com o mesmo nome, baseada em livro de Jorge Amado, onde na trilha sonora, Maria Betânia canta: “eu nasci assim, eu cresci assim, e sou mesmo assim, vou ser sempre assim… Gabriela… sempre Gabriela”.
Remoção
 
Uma situação bastante delicada que Jaqueline está enfrentando nesse início de gestão é o grande número de pedidos de remoção feito por professores. Cerca de 235 já pediram para serem transferidos de uma escola para outra. O complicador desses pedidos diz respeito ao fato de que a grande maioria deles quer sair da zona rural para a cidade. Para não agradar um deixar os demais insatisfeitos, ela já bateu o martelo: as aulas vão começar dia 18 com a mesma configuração que terminou o ano letivo que passou.
 
Só depois é que cada caso vai ser avaliado para se verificar a necessidade real ou não da transferência. Porém, com certeza, bem poucos vão conseguir mudar de lugar, pois se assim ocorrer a cidade ficará com uma super sobra de professores a área rural com muita carência.

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