Insatisfeito com o tratamento dado ao PT pela
governadora Roseana Sarney, o vice Washington Luiz mandou um duro recado à
filha de Sarney. Em artigo publicado neste domingo nos principais jornais da
cidade sob o título “PT para os petistas e para a sociedade”, ele faz questão
de considerar a hipótese do seu partido não apoiar o próprio governo.
Sem rodeios, Washington afirma: “(...) precisamos criar um ambiente favorável
para debater as quatro propostas que estão sendo apontadas pelas diversas
correntes internas como cenários para o PT em 2014, quais sejam: 1) a reedição
da aliança com o PMDB; 2) aliança com o PC do B; 3) candidatura própria e 4)
compor a chamada “terceira via”.
A retirada de apoio ao governo do qual é vice seria
inimaginável, mas Washington e seu grupo não escondem a mágoa com a governadora
por ter perdido a poderosa Secretaria de Educação, após entregarem o PT para a
oligarquia Sarney.
Além de expulsar o partido da pasta sob a acusação
de corrupção disseminada
na imprensa sarneysista, Roseana ainda enganou os petistas prometendo nomear
outro nome do partido para depois do Carnaval de 2011. Depois, fez repercutir o
argumento de que o PT não possuía quadros com competência para o posto.
Carnaval vai, carnaval vem e a turma ligada ao vice-governador ainda não curou
a ressaca.
Coube ao patrono do PT maranhense dar novo tom ao
enredo. “Seja qual for o caminho,
(...) a ninguém interessa transformar o PT em extensão ou sublegenda de
qualquer partido, ou tampouco ficar isolado.”
O isolamento a que Washington se refere é a forma
subalterna como Roseana Sarney trata o partido, que foi fundamental para sua
eleição em 2010. O PT conta apenas com a inexpressiva Secretaria de Trabalho e
outras não menos insignificantes sinecuras.
A máscara palaciana caiu de vez quando o prefeito
de São Luís, Edivaldo Holanda Júnior, embora não tenha contado com apoio formal
do partido em sua eleição deu ao PT duas secretarias: Cultura e Representação
em Brasília, além da direção do mais importante hospital do município, o
Socorrão I. Por último, indicou o vereador petista Honorato Fernandes, ligado a
Washington, para a liderança do governo na Câmara.
Foi o suficiente para o samba atravessar de vez na
concentração leonina. E Washington passa a acenar para o grupo liderado por
Edivaldo Júnior e Flávio Dino. Ele bem sabe os apupos que o esperam na
passarela da oligarquia Sarney, onde é tratado como estorvo a ponto de
considerá-lo carta fora do baralho antes mesmo do desfile começar. E como sabe
que a intimidade de Roseana com a folia é tão grande quanto com as cartas, o
vice usa o artigo como a perguntar “quer pagar pra ver?”. Façam suas apostas. A
festa, ou melhor, o jogo está apenas começando.
Do Blog de Jorge Vieira
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