Mulheres representantes de instituições do poder público e da
sociedade civil estiveram reunidas na tarde desta terça-feira (26)
durante o Encontro Avaliativo da Política Nacional de Atenção Integração
à Saúde da Mulher: Subsídios para o Seminário Nacional do PNAISM. O
evento foi realizado no auditório Reis Perdigão, no Palácio La
Ravardière, e teve como objetivo avaliar melhorias para o sistema de
atendimento na área da saúde.
“O maior desafio no SUS é a sua humanização. O paciente deixar de ser
um número e ser recebido e atendido como um ser humano”, disse a
coordenadora Municipal da Mulher, Laurinda Maria de Carvalho Pinto, na
abertura do encontro.
A presidente do Conselho Municipal da Condição Feminina, Lucia Regina
Azevedo, ressaltou a importância do movimento feminino para a garantia
dos direitos da mulher à saúde.
“A nossa união é determinante para encontrarmos caminhos e saídas
para melhorar o sistema de saúde de atendimento. São Luís precisa de uma
política de saúde voltada para mulheres negras, para mulheres
portadoras de necessidades especiais”, disse Lucia Azevedo.
Presente no auditório, a assistente social e militante do movimento
feminista, Silvia Black, que trabalha no hospital Socorrão II e na
Maternidade Marly Sarney. Nessas unidades, ela participa do grupo de
trabalho de humanização, um dos dispositivos da política nacional da
saúde da mulher.
Para Silvia, a organização das mulheres tem contribuído para o avanço
da discussão. “Ano passado, realizamos duas conferências, uma municipal
e outra estadual. Verificamos alguns avanços que têm a ver com a
instituição da política nacional, tanto no atendimento das unidades do
município e do estado, no empenho para que as ações sejam concretizadas a
partir da qualificação de profissionais e recursos para a compra de
equipamentos”, informou.
Nádia Guterres, do Núcleo de Prevenção das Violências e Promoção da
Cultura de Paz da Semus, falou sobre o papel dos profissionais deste
núcleo. “A nossa responsabilidade diante da política da saúde é analisar
as situações de violência no município e propor ações para o
enfrentamento dessa problemática. Temos como meta articular as
instituições que atendem as vítimas de violência para sistematizar os
procedimentos de atendimento entre todos os envolvidos”, declarou.
O encontro, organizado pela Coordenadoria Municipal da Mulher (CMM) e
Secretaria de Saúde (Semus), serviu para discutir os atuais princípios e
diretrizes da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher
(PNAISM) e sistematizar as propostas locais.
Uma comitiva apresentará o documento elaborado no Seminário Nacional
que acontecerá em Brasília de 18 a 20 de março. “Nosso objetivo é
avaliar o Programa e elaborar sugestões a partir das necessidades e da
realidade local”, informou Laurinda Maria Pinto.
O grupo volta a se reunir no dia 26 de março para anunciar os
resultados do Seminário Nacional e dar sequência ao processo de
participação e elaboração das políticas públicas voltadas às questões da
saúde integral das mulheres.
A LUTA DAS MULHERES
Segundo dados do IBGE as mulheres correspondem a 50,77% da população
brasileira e elas são as principais usuárias do Sistema Único de Saúde
(SUS). Não é à toa que se responsabilizam também pela saúde de toda a
família e lutam pela efetivação de políticas públicas que garantam a
qualidade do atendimento público.
Uma das diretrizes da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde
da Mulher (PNAISM) do Ministério da Saúde dispõe que o Sistema Único de
Saúde (SUS) “deve estar orientado e capacitado para a atenção integral à
saúde da mulher, numa perspectiva que contemple o controle de
patologias mais prevalentes nesse grupo e a garantia do direito à
saúde”.
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