quarta-feira, 12 de março de 2014

Câmara derrota governo ao aprovar comissão para investigar corrupção na Petrobras

PT tentou obstruir, mas base aliada conseguiu aprovar requerimento. Deputados de oito partidos aliados votaram contra orientação do Planalto.
O texto aprovado pelos deputados contraria o governo, que alega que a investigação pode prejudicar a imagem da estatal do petróleo.
O PT tentou obstruir a votação, utilizando instrumentos previstos no regimento interno para postergar a análise da matéria, recebendo apoio apenas do PC do B entre os aliados. Dentro da base governista, votaram pela aprovação da comissão o PMDB, o PR, o PSC, o PTB, além de parte do PDT, do PP, do PROS e do PSD.
Para o líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), a criação da comissão externa seria um "erro político" "Vai colocar a Petrobras em dúvida no plano internacional por uma investigação que não existe, e a Câmara ainda pode ficar em maus lençóis ao não ter acesso às investigações", disse Chinaglia.
No entanto, a oposição e cinco partidos que formam o "Blocão" defenderam aprovar o texto, entre os quais o PMDB, segunda maior bancada da Câmara. A relação do Palácio do Planalto com a base aliada tem se deteriorado nos últimos meses. Partidos reclamam do não cumprimento de acordos quanto à liberação de recursos de emendas parlamentares, criticam a demora da presidente Dilma Rousseff em concluir a reforma ministerial, e se dizem excluídos das decisões políticas e de lançamentos de programas do governo federal.
O foco da crise é a Câmara dos Deputados e a relação tumultuada que o Planalto tem com o líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ). Nesta segunda, a presidente Dilma Rousseff se reuniu com lideranças do PMDB, mas não convidou Cunha, o que foi interpretado por parlamentares como uma tentativa de isolar o líder peemedebista.
Em resposta, o "Blocão" e a bancada do PMDB na Câmara anunciaram publicamente apoio ao peemedebista e disseram que eventual tentativa de excluí-lo significaria ignorar toda a base aliada da Casa.
Após a aprovação da comissão de externa para investigar a Petrobras, Eduardo Cunha negou que a votação tenha sido uma tentativa de "retaliar" o Planalto. "Não tem nenhuma intenção de vingança", afirmou. O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), também defendeu a aprovação do requerimento.
"A comissão externa não é acusatória, é investigatória. Essa comissão é apenas para investigar. O bem da Petrobras é o que todos nós queremos, e esta Casa cumpriu seu dever", afirmou.
Nathalia Passarinho - G1

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