A Polícia Militar do Maranhão vai encaminhar à governadora Roseana Sarney (PMDB) uma proposta para remanejar policiais do interior do Estado para São Luís a fim de reforçar a segurança em presídios.
Neste início de ano, mais dois presos morreram em menos de 12 horas no complexo prisional de Pedrinhas, na capital. O governo do Maranhão confirmou 59 mortos na unidade ao longo de 2013 –já para o CNJ (Conselho Nacional de Justiça), foram 60.
A ideia de remanejar o efetivo foi uma das abordadas na manhã desta sexta (3) em uma reunião entre a cúpula da Polícia Militar maranhense e a Sejap (Secretaria de Estado da Justiça e Administração Penitenciária).
"Se cada unidade no interior fornecer dois ou três policiais que não vá ferir seu trabalho no interior (sic), termina contribuindo e formando o efetivo suficiente [na capital] para uma ação mais eficiente [nos presídios]", disse o chefe do setor de comunicação da PM, major Luís Eduardo Vaz.
Desde 27 de dezembro, a Polícia Militar assumiu a segurança de seis unidades prisionais do Estado, duas delas em Pedrinhas. A medida foi adotada pelo governo após pressão do Ministério Público Federal, do CNJ e até da OEA (Organização dos Estados Americanos), depois da repercussão das decapitações de detentos dentro do complexo.
Relatório do CNJ concluiu que o governo do Maranhão tem sido incapaz de coibir a violência na unidade. O documento, elaborado após visita de juízes e promotores ao complexo em dezembro, denuncia, dentro de Pedrinhas, até estupro de mulheres de detentos ameaçados por facções.
Homens feridos são carregados durante motim em penitenciária do Maranhão |
CONTABILIDADE DO CRIME
Na semana passada, a Polícia Militar fez uma operação para apreender armas e drogas nas seis unidades prisionais.
No total, foram recolhidas 300 armas improvisadas, entre facas, facões e estiletes. Eram armas inusitadas, como um facão afiado dos dois lados ou mesmo um vergalhão de 1,5 metro com a ponta raspada, que funcionava como uma lança.
Em Pedrinhas, os PMs também recolheram um caderno onde era marcada a "contabilidade" do tráfico de drogas na unidade, com o nome dos devedores e o valor a receber de cada usuário.
Foram também apreendidos 42 celulares, carregadores, rádios e três garrafas pet de bebida alcoólica. Policiais encontraram ainda substâncias semelhantes a maconha e crack –todo o material foi encaminhado para perícia.
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