A Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop) enviou nesta segunda-feira (20) ofícios ao governo federal solicitando reunião com a presidente Dilma Rousseff e com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. O objetivo é debater a questão dos rolezinhos e pedir ajuda ao governo federal para que os encontros não sejam mais realizados nos centros comerciais do país.
O ofício foi enviado um dia após o Shopping Leblon, no Rio de Janeiro, fechar as portas para evitar a entrada de participantes de um "rolezinho". Em Brasília, internautas já marcaram um encontro.
O presidente da Alshop, Nabil Sahyoun, afirmou que se trata de uma questão nacional. Ele pede que a presidente Dilma Rousseff receba o setor, que é "importante na geração de empregos e no recolhimento de impostos", afirma. Lembrou que a presidente recebeu os líderes do Movimento Passe Livre após os protestos de rua de 2013.
Nabil afirma não ser contra os jovens frequentarem os estabelecimentos, mas que isso deveria ocorrer de forma organizada, como os demais. "Somos contra a bagunça generalizada", diz.
Ele defende que os "rolezinhos" deveriam ocorrer em espaços públicos, e já sugeriu a adoção do Sambódromo em São Paulo. "Podemos amanhã lamentar mortes", diz.
Os "rolezinhos", como ficaram conhecidos, são encontros marcados pela internet por adolescentes. Os eventos ocorrem sobretudo em shoppings e ganharam repercussão desde dezembro, quando aglomerações assustaram frequentadores e fizeram centros comerciais fecharem as portas mais cedo.
Os organizadores definem os encontros como um "grito por lazer" e negam qualquer intenção ilegal.
Pelo menos três deles terminaram em correria e houve relatos de furtos. No Shopping Itaquera, os participantes fizeram um confronto com a PM.
Os shoppings decidiram então ir à Justiça em busca de liminares que proibiram a realização de "rolezinhos". No último final de semana, encontros aconteceram no Parque Ibirapuera e no Bosque Maia, em Guarulhos.
O prefeito Fernando Haddad (PT) já se manifestou sobre a posição da Alshop e afirmou que os lojistas não devem empurrar o problema para a Prefeitura e que é preciso discutir a cidade. “Não adianta ficar [dizendo]: cuida dessas pessoas que o problema é seu. É a cidade que precisa ser discutida e nós precisamos evoluir no sentido de abrir espaços públicos para que as pessoas possam usufruir mais da cidade”, disse Haddad.
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