Ramona Matos Rodríguez entrou com ação para que o governo pague pelo período em que trabalhou no Mais Médicos
Lígia Formenti
A médica cubana Ramona Matos Rodríguez ingressou ontem com ação na Justiça reivindicando que o governo federal pague R$ 149 mil de indenização pelo período em que atuou no Mais Médicos.Ramona,que abandonou o programa na semana passada e solicitou abrigo na liderança do DEM, pede que o valor seja bloqueado das contas da União liminarmente, até que o mérito da causa seja analisado.
A ação foi proposta na Justiça do Pará, Estado onde Ramona prestou serviços por quatro meses. Ela reivindica o valor de R$ 69 mil em salários e direitos trabalhistas não pagos e mais R$ 80 mil como indenização por danos morais. A médica trabalhava na cidade de Paca já e afirma ter deixado o programa por causa da baixa remuneração, sobretudo quando comparada com o valor que o Ministério da Saúde repassa para médicos que ingressaram no programa por meio de inscrições individuais.
O valor repassado pela pasta é de R$ 10 mil. Ela,que foi recrutada por meio do acordo de cooperação com Cuba, recebia o equivalente a US$ 400. O restante dos recursos ficava com governo cubano. Ramona foi a primeira cubana a sair do Mais Médicos. Antes dela, outros 22 profissionais recrutados pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) se desligaram do programa, mas voltaram para o país de origem.
Depois que o caso veio à tona, na semana passada, mais quatro deserções foram registradas entre profissionais recrutados em Cuba. Segundo o Ministério da Saúde, eles integram uma lista de 89 médicos que abandonaram o trabalho nos últimos dias- 80deles brasileiros.
Esses profissionais foram convocados a retornar ao programa, por meio de um chamado publicado no Diário Oficial de quarta. Eles tinham o prazo de 48 horas para se apresentar, sob pena de desligamento.
Retorno. Questionado, o Ministério da Saúde não informou ontem quantos profissionais tinham retornado ao trabalho. De acordo com a pasta, a lista do descredenciamento deverá ser publicada na terça. Anteontem, o Ministério da Saúde publicou uma resolução determinando que forças de segurança sejam comunicadas quando o profissional do Mais Médicos ficar mais de 48 horas sem aparecer no trabalho, sem justificativa. De acordo com o ministério, a medida foi adotada para garantir a segurança dos profissionais.
Fonte: O Estado de S. Paulo
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