Em entrevista publicada nesta segunda-feira (12) pelo jornal "A Tarde", da Bahia, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que Dilma será reeleita presidente nas eleições deste ano por ser a "mais preparada".
"Eu, sinceramente, não acho que a Copa do Mundo tem influência para qualquer que seja o candidato, perca o Brasil ou ganhe o Brasil. Não é possível imaginar que o povo não tenha nenhuma inteligência e vá decidir o resultado em cima de um jogo de futebol. Eu acho que a Dilma vai ganhar as eleições porque é a candidata mais preparada, com as melhores propostas para o segundo mandato, e todo mundo sabe que ela tem uma experiência extraordinária em governar o Brasil", disse Lula ao jornal.
O ex-presidente ainda defendeu a Petrobras e minimizou o caso da compra da refinaria Pasadena pela estatal nos Estados Unidos. A aquisição é alvo de uma CPI que pode começar a funcionar no Congresso Nacional nas próximas semanas.
"Você pode ter feito um mau negócio na época, que depois virou um bom negócio, ou fazer um mau negócio, que se transforme depois em um negócio razoável, rentável. Eu acho que o Gabrielli [ex-presidente da estatal] e a Graça [Foster, atual presidente] explicaram bem isso", afirmou.
E faz uma crítica indireta à oposição: "O que eu acho estranho é que toda a época de eleição aparece alguém com uma denúncia contra a Petrobras, que desaparece logo depois das eleições. Eu tenho às vezes impressão que tem gente querendo fazer caixa dois fazendo denúncia contra a Petrobras".
O ex-presidente também disse ser natural a candidatura do ex-aliado Eduardo Campos (PSB) ao Planalto, ressaltando que ele tem "todas as condições" de ser candidato a presidente. Mas fez questão de destacar os investimentos federais feitos no Nordeste durante os seus dois mandatos como presidente.
"Eu acho que ele tem todas as condições de ser candidato a presidente. Ele tem experiência administrativa, foi governador de um Estado importante. Eu acho que ele pode ser candidato, não tem problema, como pode o Aécio, como pode qualquer um ser candidato. Basta ter idade suficiente e ser filiado a um partido político para ser candidato".
Lula participa nesta segunda de inaugurações na cidade de São Francisco do Conde, na Grande Salvador, e de ato com o pré-candidato do PT ao governo da Bahia, Rui Costa, na capital baiana.
BASE ALIADA
Na entrevista, Lula ainda afirmou que os problemas e as divergências enfrentados pela presidente Dilma com partidos aliados são próprios do tamanho da base aliada.
"Quando você é um governo bem-sucedido, como o da presidenta Dilma, e tem aliança com quase todos os partidos é natural que na época da campanha você tenha divergências pontuais com alguns partidos, alguns tentem ter candidatura própria, como o PSB, e isso tem que ser encarado com naturalidade", disse o ex-presidente.
Lula defendeu o legado do do PT à frente do Palácio do Planalto e confirmou a estratégia eleitoral de comparação do período com governos anteriores.
"Certamente não foi feito tudo em 12 anos, e nem seria possível consertar em 12 anos o que não foi feito em 500 anos. De qualquer forma, eu não tenho dúvida nenhuma de que os 12 anos de PT nos enchem de orgulho por tudo que foi feito nesse país. Eu acho incomparáveis as vantagens obtidas no governo do PT em relação aos outros governos", disse.
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