Do ponto vista jornalístico há 
quem afirme que a Mirante de Imperatriz cumpre o seu papel de imprensa quando, diuturnamente, 
propaga, como culpa exclusiva do prefeito Madeira, o fato de a maioria das ruas 
de Imperatriz não ter asfalto, de parte das escolas municipais funcionar em 
prédios alugados, de as filas no Posto de Saúde dos Três Poderes e a 
superlotação do Socorrão serem um problema hodierno, etc...
Quase imbatível 
o argumento se a obrigação de informar, como fundamento da imprensa, fosse um 
dever sazonal, adstrito à maré política ou a cor partidária do prefeito de 
plantão.
Parece-nos indefensável, do ponto 
de vista da ética jornalística e da coerência profissional, que a Mirante de 
hoje, silente a desordem administrativa de ontem (reinado de Ildon Marques e 
seus asseclas), responsável por grande parte do caos vivido pelo povo, adote, 
agora, no segundo mandado de Madeira, uma postura que não adotara no passado de 
marasmo.
Sim, porque as mazelas de hoje, 
potencializadas pela Mirante, eram maiores e mais graves no passado. Haviam mais 
ruas com buraco, mato e lama em Imperatriz, as pessoas “dormiam” nas filas do 
Três Poderes e centenas delas eram castigadas ao receber socorro médico no chão 
ou em bancos de madeira e cadeiras de macarrão num hospital que mais parecia uma 
pocilga. Os casos de dengue eram alarmantes e os programas sociais eram quase 
obsoletos. Mas nada disso era ou foi divulgado pela Mirante, que, também, não 
fez sequer uma tomada da meleira de borra asfáltica que maquiou ruas da 
periferia e endividou Imperatriz na gestão do antecessor de 
Madeira. 
Naquele tempo, do ponto de vista 
da lógica político-eleitoreira, era possível compreender a escrota postura da 
Mirante, que mandou às favas o dever de informar da 
imprensa.
Contudo, em tempos atuais, tenho 
dificuldade de enxergar a lógica que faz da Mirante de Imperatriz a mais desleal 
oposição a gestão do prefeito Madeira.
Sabe-se que a corrida pelo governo 
do Maranhão já começou. Dois grupos, aparentemente antagônicos, dialeticamente 
falando, têm chances no Palácio dos Leões. Um, o de Sarney, que lá estar e de lá 
não quer sair, que tem como preposto o secretário de Estado da Administração, 
Luiz Fernando. Outro, o de Flávio Dino, que tá doido pra entrar.  Sabe-se, 
também, que ambos, para vencer a batalha eleitoral, têm duas fortalezas que se 
lhes são imprescindíveis: São Luis, agora nas mãos de Dino, através da marionete 
Holandinha, e Imperatriz – leia-se Região Tocantina --, nas mãos de Roseana, 
através do bem avaliado reeleito prefeito de Imperatriz, Sebastião Madeira, que 
assumiu a posição de fiel da balança.
Nesse contexto, pergunto, 
deverasmente intrigado: qual é, então, a lógica da Mirante de Imperatriz para 
atacar, diariamente o único e principal aliado político-eleitoral de Roseana na 
hercúlea tarefa de eleger o senhor Luiz Fernando? Como Madeira, apanhando todos 
os dias dos factóides da Mirante poderá consolidar uma aliança 
político-eleitoral em torno do candidato de Roseana?
Diante dessa cogitação, que 
espreita a lógica política ou o pragmatismo eleitoral, indago: não seria um 
tanto quanto arriscado demais para o candidato de Roseana Sarney enfrentar o 
processo eleitoral com a Ilha e a Terra do Frei no mesmo prato da balança 
política que pende para Flávio Dino? Será que o eventual fracasso da gestão 
Madeira, nesse segundo mandato, não seria a derrocada da pretensão política de 
Roseana e de seu ilustre desconhecido candidato, Luiz Fernando? Será que a 
postura da Mirante, de infernizar a gestão Madeira, é  resultado apenas de uma 
fatura de mídia que não foi paga ou de um contrato publicitário não firmado? 
Será que há alguém capaz de sustentar, sem tremer a cara, que a Mirante de 
Imperatriz conquistou o status de ideário de imprensa livre, com autonomia de 
praticar linha editorial à revelia de sua patroa?
E para esquentar o debate gostaria 
de saber: se há, abaixo dos céus, para Sarney, interesse maior que àquele de 
permanecer mais tempo mandando no Maranhão?
Certamente os senhores Fernando 
Sarney, Antonio Filho e Alan Neto têm a resposta.
Por Chico 
Militante

 














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