E
a repercussão política do aumento valor das tarifas do transporte
coletivo da capital chega à Câmara de Vereadores de forma negativa,
inclusive entre os parlamentares da base.
A vereadora Rose Sales (PCdoB) usou sua
conta perfil na rede social do Facebook para publicar seu repúdio ao
aumento das passagens. A comunista foi dura na sua nota chegando a
afirmar que o prefeito já escolheu o seu lado e foi “a favor dos
empresários dos transportes coletivos”.
Veja a íntegra da nota. Retomo em seguida.
REPÚDIO AO AUMENTO DAS TARIFAS DE TRANSPORTE COLETIVO URBANO DE SÃO LUÍS-MA.
Em
cumprimento ao meu dever enquanto Vereadora de São Luís, cidade onde
exerço um segundo mandato de Vereadora, sendo ambos conferidos pela
soberana vontade de DEUS e do povo ludovicense, venho tornar pública a
minha TOTAL DISCORDÂNCIA da ação equivocada e intempestiva do prefeito
de São Luís, Sr. Edivaldo de Holanda Braga Júnior, em aumentar o valor
das tarifas do transporte coletivo urbano da nossa cidade. E sirvo-me do
presente documento para solicitar ao Excelentíssimo Sr. PREFEITO QUE
REVOGUE SEU ATO, considerando que:
1- o Sr. Prefeito descumpriu a Lei
Municipal n° 363/2014 que determina que todo e qualquer aumento de
tarifa – portanto, aí também incluídas as tarifas dos transportes
coletivos urbanos – precisa passar, previamente, pela avaliação e
discussão em audiências públicas;
2 – mais uma vez a população está sendo penalizada, pois o aumento abusivo concedido pela atual gestão em junho do ano de 2014, foi resultado da inoperância da gestão municipal em não ter cumprido o acordo que os empresários se dispuseram a fazer para adquirirem os sistemas de bilhetagem eletrônica única e de biometria facial em 2013, o que coibiria as fraudes gerando assim um aporte de receita da ordem de R$ 4.200.000,00 (quatro milhões e duzentos mil reais) mês;
3- decorrido quase um ano desde 2013, o Sr. Prefeito preferiu transferir o ônus para o trabalhador, concedendo um reajuste médio de 20% sobre as tarifas dos transportes coletivos urbanos em 2014. Na ocasião, a prefeitura cortou, de pronto, a domingueira (DIREITO À MEIA PASSAGEM GERAL PARA TODOS OS MUNÍCIPES PRATICADA NOS FINS DE SEMANA), não sendo contundente para com os empresários exigindo destes, com a mesma celeridade, a compra de ônibus novos, fato que somente hoje, tardia e parceladamente, às vésperas de um novo aumento se verifica;
4 – até o momento a população sofre duramente com a falta do cumprimento do TAC – Termo de Ajustamento de Conduta feito com o MPE – Ministério Público Estadual, que só na sua gestão esse acordo tem cerca de 21(vinte e um) meses de descumprimento dentro dos seus poucos mais de 25(vinte e cinco) meses de gestão;
5- a população continua exposta a longos períodos de espera nas paradas, em cuja a maioria não existe abrigo real, ficando a mercê do sol e da chuva, sem contar a implicação no fator segurança física e pessoal, face às precárias condições sob as quais se apresentam;
6- o povo continua vitimado por circular, na maioria das vezes, em ônibus sucateados com idade média de 15(quinze) anos;
7- o compromisso que foi assinado no ano de 2013 na Justiça do Trabalho para a compra de 250 (duzentos e cinquenta) ônibus novos, só no final do ano de 2014 é que passa a ser efetivamente cumprido por alguns dos empresários. Desde então até o presente momento (março de 2015), a prefeitura entregou um número de aproximadamente 150 (cento e cinquenta) ônibus, valendo destacar que nem todos comprovadamente são novos. Ante ao exposto, frente às ausências e incoerências do poder executivo, diante do apenas parcial cumprimento do acordado no que se refere aos empresários, não é justo ou sequer razoável, se requerer dos estudantes, das trabalhadoras e dos trabalhadores que sejam penalizados com mais um abusivo aumento nas tarifas dos transportes coletivos;
8- lamentável ainda, é a propaganda tendenciosa e enganosa que consiste em fazer a população pensar que a prefeitura foi quem comprou ônibus novos ou que 100% de melhoria no sistema possa estar sendo efetivamente realizada. A frota circulante de ônibus em São Luís é de um quantitativo aproximado de 1200 ônibus. Ainda que 250 ônibus novos tivessem sido entregues à população (O QUE NÃO ACONTECEU AINDA) isso corresponderia apenas a uma melhoria QUANTITATIVA percentual de um pouco mais de 20% da frota;
9- considerando que os salários dos trabalhadores e das trabalhadoras são reajustados anualmente, aumentar os preços das passagens de ônibus 02 (DUAS) vezes em menos de 01 (UM) ano se revela e se prova NÃO RAZOÁVEL, injusto e totalmente descabido, motivos plausíveis pelos quais eu me associo ao povo de São Luís do Maranhão na merecida defesa dos seus direitos e interesses maiores;
10- esse aumento de passagem é famigerado, precariza ainda mais o(a) trabalhador(a) e os estudantes, cria inviabilidades reais para os deslocamentos dessas pessoas, e o pior, gera fortes interferências no orçamento familiar, visto que nos últimos meses temos sofrido com o arrocho econômico instalado em nosso país.
Sendo assim, entrei na Câmara Municipal com Requerimento, pedindo ao Prefeito que revogue esse famigerado aumento, como também, impetrarei representação nas instâncias legais.
A Prefeitura e o Sr. Prefeito
Edivaldo de Holanda Jr, ao legislarem em favor do aumento das tarifas em
16%, já definiram de que lado estão – DO LADO DOS EMPRESÁRIOS DOS
TRANSPORTES COLETIVOS. Quanto a mim, como cidadã e como Vereadora de São
Luís, cumpro o dever de permanecer onde sempre estive: AO LADO DO POVO,
JÁ TÃO MASSACRADO COM A AUSÊNCIA DE UMA GESTÃO MUNICIPAL EFETIVA.
Comigo de novo
O
vereador Roberto Rocha Júnior (PSB) foi outro vereador que usou o
Facebook para expressar sua insatisfação contra o aumento das tarifas.
Embora integre a base do prefeito no
Câmara dos Vereadores, Roberto Júnior subiu à tribuna e disse que o
prefeito Edivaldo, ao invés de enfrentar o problema, preferiu “empurrar o
problema para debaixo do tapete”, conforme vídeo que o parlamentar
publicou nas redes sociais
“Hoje, durante meu
pronunciamento na tribuna da Câmara Municipal, expressei minha
indignação e o meu repúdio contra o aumento da tarifa do transporte
público de nossa cidade. Lembrei que, em 2012, durante o período de
transição, o então vice – prefeito e atual senador, Roberto Rocha,
sugeriu que fosse criada uma comissão com representantes de vários
setores da sociedade, com o objetivo de fazer um diagnóstico profundo a
fim de encontrar soluções para sanar o problema da mobilidade urbana de
São Luís. Infelizmente, o prefeito preferiu continuar empurrando o
problema para debaixo do tapete, e sua atitude contribuiu
consideravelmente para esse cenário de caos atual”, disse.
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