Uma nova maneira e fraudar as eleições no interior do Maranhão rolou solta. Na
maioria dos casos, o Ministério Público tomou conhecimento, bem como a Justiça
Eleitoral, e deixaram passar batido.
O método fraudulento foi usado em quase todos os 217 municípios maranhenses.
Ele não compra o voto do eleitor para que ele vote em determinado candidato. Na
verdade, é feita a compra da omissão do eleitor.
Consiste basicamente no seguinte: entre sábado e domingo, véspera do dia da
eleição, os eleitores sãos abordados até mesmo em sua própria residência. O
adversário de um candidato, por exemplo, paga para o eleitor ir votar no
candidato inimigo.
Então, feito o acordo, o eleitor entrega seu título e carteira de identidade
para o negociador, como segurança de que não irá mesmo votar. Os documentos são
devolvidos um dia após o realização do pleito.
Em boa parte a omissão custou a cada eleitor quantias que variam entre R$ 50
até 500. Por isso, muitos candidatos que perderam a eleição estão até hoje sem
entender como os votos não apareceram nas urnas.
Um caso neste aspecto chamou a atenção, menos da Promotoria e da Justiça
Eleitoral, é claro. Em Mirador, em um povoado com três sessões, votam cerca de
320 pessoas. Abertas as urnas, apenas pouco mais de 30 compareceram para
votar.
O candidato Pedro Abraão, que tinha a certeza da vitória, perdeu só naquela
escolar mais de 250 votos. Ele soube pelos eleitores arrependidos que tinha
recebeido para não comparecer às urnas. O MP de Mirador foi certificado, mas fez
pouco caso.
O que mais deixou revoltado os aliados de Abraão foram as apostas perdidas,
pois a certeza de que iriam ganhar era tamanha que teve gente que perdeu casa,
carro, motos, anéis e cordão de ouro. Teve um fazendoro que ficou sem 20 cabeças
de gado após o resultado final.
Essa nova modalidade de fraudar as eleições, se não freada desde já, pode
influenciar muitos resultados em 2014.