sexta-feira, 14 de março de 2014

Quatro em cada dez inadimplentes voltam a se endividar após um ano

Pesquisa do Serasa Experian, divulgada nesta quarta-feira (12), mostra que o total de consumidores brasileiros que não conseguiram pagar suas contas em dia em 2013 foi maior do que a população de Brasília e Salvador. O estudo revela que 36,6% dessas pessoas já tinham ficado na lista de maus pagadores, acertou as contas e voltou a dever.
Em 2013, surgiram no país 5,9 milhões de novos endividados, que não pagaram o que deviam. Parte da explicação está no fato de que os consumidores estão comprando muito mais do que podem pagar.
A situação é bem pior na classe C, a que mais cresce no Brasil. A maioria (56,3%) gasta mais do que ganha, 15% gastam dois salários por mês e 25% comprometem mais de 200% da renda familiar com contas a pagar. O recomendável é não passar dos 30%.
“A falta de costume de consumir pode explicar isso. A classe média cresceu muito de gente que não tinha o hábito de usar crédito. Isso acaba levando ao descontrole. Tem que haver um trabalho para que essa pessoa entenda quais são os compromissos que ela está assumindo a cada nova transação”, analisa Ricardo Loureiro, presidente do Serasa Experian.
O número de pessoas que conseguiram zerar suas dívidas, mas voltaram a entrar na lista de devedores no ano seguinte parece assunto para economista, mas quem explica esse fenômeno é a psicóloga Tatiana Zambrano. “Ele compra para lidar com suas emoções negativas, frustração, angústia, tristeza. Então, comprar é um prazer. Só que é momentâneo e se repete, onde forma o círculo que é o comprar compulsivo: pessoas repetem o comportamento em busca daquele prazer”, afirma a especialista.
A analista de sistemas Evelyn Lira Navarro está desde 2009 na lista de inadimplentes. “Eu comprei coisas absurdas como uma miniatura de boneco de empresa, comprei mais com cartão de crédito de outro banco e armazenei mais dívida”, confessa. Agora, a endividada fez um curso de finanças pessoais e aprendeu a se controlar: “Hoje eu me pergunto: ‘eu realmente preciso disso?’ Primeiro prezo as dívidas essenciais, como água, luz”.

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